quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Polarização X Democracia

Recentemente, em um comentário a um post meu no Facebook, que condenava o ataque bárbaro de intolerância religiosa sofrido pela Ministra dos Direitos Humanos, pastora Damares Alves, a pessoa sugeria que havia uma polarização no Brasil, o que culminava em ataques virulentos de ambos os lados, e isto era péssimo para o Brasil.

Será que a “polarização” é ruim para o país? 

Mas o que é “polarização”? 

O dicionário Priberan da Língua Portuguesa define polarização como, “Modificação dos raios luminosos, pela qual, depois de refletidos ou refratados, já não  podem refletir-se ou refratar-se novamente em certas direções.” 

Figuradamente, em política, “polarização” pode ser considerada como divergência de atitudes e posicionamentos ideológicos, a existência de dois extremos opostos.

Podemos inferir daí que “polarização” é a existência de ideias divergentes e contraditórias; duplicidade de pensamentos em oposição ao pensamento único ou ideia uníssona. 

A existência da democracia implica em que haja debates de ideias, e só pode haver debate se houver ideias contraditórias, ou “polarização”. Pois a democracia é governo em que povo exerce a soberania, para tal é necessário que o debate das ideias pelo povo leve a escolha das melhores, depois de intensas contestações escolhe-se as melhores ideias, a partir de argumentos racionais e plausíveis. 

Voltemos a pergunta, “Será que a “polarização” é ruim para o país?”

Em uma democracia é desejável e salutar que haja polarização, pois do contrário o Estado Democrático de Direito estará ameaçado. Desde a chamada redemocratização do país, em 1985, a polarização foi se transformando em uníssono, o debate desapareceu, e apenas um grupo ideológico tinha a hegemonia do pensamento. O país caminhava a passos largos para se tornar uma ditadura socialista a lá Venezuela e Cuba, lugares em que ter um pensamento divergente da oligarquia dominante pode levar a prisão, tortura e até a morte. 

É salutar para o desenvolvimento e consolidação da democracia que tenha polarização, é na divergência de ideias que é possível a liberdade de expressão e pesquisas. 

A gritaria estridente no Brasil contrária a polarização é reflexo de uma oligarquia que tomou a nação de assalto, e geme com a perda da hegemonia do pensamento único imposta por ela. Dominaram os meios de comunicação, a literatura, as universidades, as escolas, o cinema e todo tipo de expressão artística impondo e permitindo um único debate como válido na sociedade com o viés marxista.

Muitos tem reverberado, inconscientemente, as ideias e a forma de pensar marxista, condenando e lamentando pela polarização no Brasil. 

Mas a pergunta é por que você pensa o que pensa? Será que suas ideias são suas? Depois de uma reflexão e intensa, ponderando sobre seus pensamentos? Ou lhe foram incutidas e você nem percebeu que decidiram por você o que você deveria pensar?

Vamos refletir de onde vem as ideias que defendemos. Quando foi na escola ou universidade foi lhe franqueado um pensamento contraditório a ideia validada como correta, e que deveria ser defendida como a melhor? A melhor em relação a qual? Àquelas citadas como “fascista”, “racista”e outros rótulos, mas sem serem apresentadas para leitura e debate em oposição àquelas “corretas”.

Quem tem medo da polarização? Ou tem medo que suas ideias sejam desmanchadas e reduzidas a pó por argumentos racionais e plausíveis, em debates acalorados. 

Quando faltam argumentos o que resta é gritaria estridente e rótulos xucros.

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