segunda-feira, 29 de junho de 2009

No meio do caminho tinha um Cinema...


Tombou na semana passada o maior cinema de Belo Horizionte, o Cine São Cristovão. Mais um patrimônio histórico que não resistiu ao progresso. O alargamento da Avenida Antônio Carlos precisava passar onde estava o Cinema. Derrubado impiedosamente pelas máquinas frias, sem qualquer remorso da prefeitura de BH, e também do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Munícipio de Belo Horizonte, que rejeitou o pedido de tambamento do Cine em 2006.

Inaugurado em 1953, o Cine São Cristovão foi o maior cinema da capital. De estilo rococó, era consiredo um dos mais belos prédios da avenida. Um patrimônio arquitetônico ignorado, mas tão importante para região como o Mercado Popular e o Conjunto IAPI.


Na coluna de Marcelo Rios, no caderno de Cultura do jornal 'Hoje Em Dia' de 16/6/2009, ele trazia nota apelando "Pela memória de BH', citando que os arquitetos do IAB, Instituto de Arquitetura do Brasil, se manisfetaram contra a demolição desta jóia da cidade. Porém, foi tarde demais, seu destino já tinha sido decidido, e antes que se pudesse fazer mais alguma coisa, o derrubaram, em nome do progresso.

Que cidade é esta? Que briga por casas velhas escondidas na rua Aimorés, e destrói tão importante monumento?

Em 2008 publiquei matéria denunciando que o cinema seria demolido, no Jornal Da Estácio, o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, edição nº7, ano 6, 2º semestre de 2008. Nela o Pastor Presidente da Igreja Batista da Lagoinha, Marcio Valadão, última proprietária do Cine, lamentava sua demolição e apresentava alternativas para preservação do prédio. Segundo Valadão, a igreja fez um abaixo assinado pedindo ao Patrimômios Histórico o tombamento do Cine, que foi rejeitado em 2006. Também tentou junto ao prefeito da época, Fernando Pimentel, que se buscasse alternativas para preservar o prédio, porém sem sucesso.


O cine São Cristovão vinha sendo utilizado pela IBL há 10 anos. O lugar era usado pelos adolescentes, que lhe chamavam carinhosamente de Aprisco. Ali eles desenvolviam intensa atividade cultural. Todos os dias da semana, lá estavam eles. Um dia era teatro, outro hip-hop, stret dance, balé, jazz, música eletrônica, skate, grafite e outras culturas. No final de semana era uma festa, eles reuniam para apresentarem aquilo que haviam preparado. Para esta turma toda prática cultural, que pudesse incluir pessoas, era permitida. "Um grande projeto social de inclusão, em que pessoas do morro e da zona sul estão juntas", assim o pastor Kaiser Vasconcelos, idealizador do projeto, definia o Aprisco .

Veja matéria publicada neste Blog sobre estes jovens.

Confira abaixo, video feito pelos adoslecentes falando sobre a demolição do Aprisco, o Cine São Cristovão. Com sua irreverência, lamentaram a demolição do espaço que consideravam uma extensão de suas casas.


2 comentários:

  1. Uma cidade que nasceu quase sem historia, acabara sem nenhum!! Do que adianta financiar obrar milhonaria para melhor um transito em uma regiao que ja passou por outras e os problemas voltaram novamente.
    Fazer obras para conseguir verba para campanha politica nao melhora d nada nossa cidade....pena que poucos retem o conhecimento para enxergar muito mais por traz dos fatos.
    Ass: Carolina, estudante de arquitetura e belorizontina indignada!!!

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  2. isso que fizeram ao cinema foi um massacre! como a prefeitura poderia ter feito isso! este cinema fez parte da historia de Belo Horizonte. porque a prefeitura nao fez algum tipo de plebiscito para este tipo de obra . este cinema ficou na historia como a todos outros de Bh . VERGONHA!

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